Assembleia fará sessões no interior para debater utilização da água do Canal do Sertão

por Carlos Villa Verde publicado 19/06/2015 13h50, última modificação 19/06/2015 15h00

A perspectiva de continuidade das obras do Canal do Sertão, bem como as obras estruturantes que estão sendo desenvolvidas a partir de sua evolução, foram debatidas durante sessão especial realizada pela Assembleia Legislativa nesta sexta-feira, 19. Para o deputado Ronaldo Medeiros (PT), que propôs a sessão, os debates foram bastante produtivos e trouxeram informações importantes sobre a maior obra de infraestrutura hídrica do Estado. Medeiros informou que a partir do que foi discutido, fará outras duas sessões públicas sobre o tema, sendo uma em Delmiro Gouveia e outra em Santana do Ipanema. “Para democratizar as informações que obtivemos aqui, para que a classe política, os agricultores e a sociedade, do Agreste e do Sertão, se envolvam mais, trazendo sugestões e opiniões sobre o projeto”, declarou Medeiros.

De acordo com o deputado, o debate trouxe informações sobre os perímetros irrigados, os estudos realizados pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e os tipos de culturas produzidas no entorno do Canal do Sertão. “Sabemos que o cronograma das obras não está em dia, mas muita coisa já foi feita e temos certeza que este ano, com a integração do Canal às adutoras, teremos água para abastecer boa parte da população”, avaliou o petista.

A secretária de Infraestrutura do Estado, Maria Aparecida de Oliveira, destacou as dimensões da obra, não apenas sob o aspecto físico, mas também no que diz respeito aos benefícios que trará para o semiárido alagoano. Segundo a secretária, são 250 km de obras que irão beneficiar 42 municípios, atendendo uma população de cerca de um milhão de habitantes. “Do km 93 até o 120, que é o trecho IV, a obra terá um ritmo mais lento, mas o Ministério da Integração Nacional nos garantiu que não haverá paralisação. O recurso para a conclusão do trecho III, que leva água do km 68 até o km 93, está garantido, bem como os recursos que permitem concluir as obras da adutora do Alto Sertão, que irá abastecer oito municípios”, garantiu Maria Aparecida.

O superintendente de Irrigação da Secretaria de Agricultura (Seagri), Silvio Azevedo, informou que o órgão tem pensado o Canal do Sertão como um instrumento de desenvolvimento socioeconômico para as famílias que vivem na região sertaneja. “A Seagri tem trabalhado junto com alguns parceiros, como a Codevasf, para levar projetos para a região do Canal, focando o agricultor familiar. Por isso, viemos a Assembleia mostrar o que a Seagri tem planejado e o que vem sendo desenvolvido com relação ao uso da água para produção agrícola”, informou Azevedo.

A sessão pública contou ainda com a participação do deputado Francisco Tenório (PMN), de representantes da Codevasf, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), da Uveal (União dos Vereadores de Alagoas) e da Emater (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas).