Audiência debate política de atendimento às crianças portadoras da síndrome congênita do Zika vírus

por Comunicação/ALE publicado 26/06/2017 20h24, última modificação 26/06/2017 20h24

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, em parceria com a Câmara Municipal de Maceió, realizou uma audiência pública para debater as políticas de atendimento às crianças portadoras da síndrome congênita do Zika vírus. Ao final da audiência ficou definida a elaboração de uma carta compromisso a ser encaminhada aos representantes do Poder Público, para garantir às crianças com a síndrome do Zika e suas famílias as políticas públicas, principalmente de saúde, educação e assistência social que possibilitem o seu desenvolvimento integral.

“A importância dessa audiência é justamente chamar a atenção do poder público. Seja ele estadual ou municipal, inclusive do governo federal da necessidade de políticas públicas direcionadas para o atendimento dessas crianças”, informou a deputada Jó Pereira, uma das propositoras da audiência. “Não só para o atendimento dessas crianças, mas para as famílias também que precisam de todo apoio para oferecer os cuidados que elas (crianças) necessitam, desde o diagnóstico da síndrome até o tratamento da doença, e também de políticas de educação e de assistência social necessárias para que essas famílias consigam conviver com qualidade e dignidade”, declarou a parlamentar. “Por isso, após ouvir todos os relatos de casos e dados, estamos propondo um documento para que gestores assinem uma carta de compromisso com essas famílias que foram atingidas pela síndrome do zika vírus”, informou Jó Pereira.

Representando a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Maceió, a vereadora Tereza Nelma contou que a iniciativa de realizar a audiência em conjunto com a Assembleia Legislativa foi motivada por sua preocupação no que diz respeito ao número real de crianças acometidas pela síndrome. “Existem vários dados, mas não sabemos onde essas crianças se encontram, principalmente aqui em Maceió. Então tivemos a ideia, juntamente com a União dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME), que criou um grupo de trabalho, e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e unimos forças”, contou a vereadora.

A supervisora do cuidado à pessoa com deficiência da Secretaria de Estado da Saúde, Renata Bulhões, que representou a pasta, contou que a OMS padronizou que ao nascer essas crianças atingidas pelo Zika vírus devem passar pela medição do perímetro cefálico. Sendo feita a constatação da micorcefalia, é feita a notificação diretamente da maternidade para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), o órgão responsável por receber o quantitativo de dados referentes ao Zika vírus.

Mãe do bebê Paulo Henrique, de um ano e seis meses, que é portador de microcefalia, Karbia Nogueira Cavalcante, 27 anos, conta as dificuldades enfrentadas para dar uma melhor qualidade de vida ao filho. Ela disse que a síndrome foi constatada durante um exame de ultrassonografia, quando ainda estava no sétimo mês de gestação. Desde que o bebê nasceu, ela precisou deixar de trabalhar para poder cuidar da criança. “Nós temos apoio da Sesau, mas acho que poderia ser feito muito mais. Só o benefício do Governo Federal não é tudo, porque gastamos muito com remédios e exames que não têm nos postos”, contou Karbia, citando como exemplo um exame de ressonância magnética que custa em torno de R$ 400,00.

O deputado Léo Loureiro (PPL), que também integra a Comissão de Saúde da Assembleia, participou do evento e considerou a audiência de grande importância e defendeu o acompanhamento dos casos. O evento contou com representantes da Ufal, da Secretaria de estado da Assistência Social, da Defensoria Pública, da UNCME , do Conselho Municipal de Educação de Maceió, da Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria Municipal de Saúde e de conselheiros tutelares.