Inácio Loiola: "Nordeste enfrenta a pior seca da sua história"

por Comunicação/ALE publicado 19/10/2016 19h08, última modificação 19/10/2016 19h08

Em pronunciamento durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 19, o deputado Inácio Loiola (PSB) externou sua preocupação com a estiagem no sertão nordestino que já dura cinco anos. No discurso, o parlamentar lembrou da grave seca ocorrida em 1877, que dizimou cerca de 500 mil nordestinos, e, na sua opinião, a que aflige os sertanejos atualmente é a mais severa da história. Loiola destacou, entre outras questões, a falta de projetos que estabeleçam uma melhor convivência com a seca, além de investimentos na região do semiárido.

“Órgãos que foram criados no início do século passado para dotar a região de uma certa infraestrutura hoje estão totalmente sucateados”, observou o deputado, citando órgãos importantes como o Dnocs, a Chesf, a Codevasf, o Banco do Nordeste, a Sudene e a Embrapa, que tiveram grande relevância no desenvolvimento da região. “Lamentavelmente, o Dnocs foi totalmente abandonado por parte do Governo Federal. A Sudene, que foi criada com o objetivo de fazer um planejamento de desenvolvimento para o Nordeste, hoje é uma figura decorativa”, relatou Loiola. "A Codevasf, que teve um papel de grande relevância para desenvolver o Vale do São Francisco, é hoje um órgão repassador de recursos, sem desenvolver nenhum projeto de sucesso para a região”,criticou o parlamentar.

Em aparte, o deputado Bruno Toledo (PROS), se associou ao pronunciamento do colega de plenário e observou que, se por um lado a natureza, ao longo dos anos, vem sendo muito dura com o semiárido nordestino, por outro há muita inércia do poder público. “O que vemos é uma extrema arrogância dos governantes em tentar realizar o que não é seu de ofício, o que não é de sua responsabilidade, com atitudes que levam o Estado a total ineficiência”, disse. “Temos uma carga tributária altíssima e os recursos sendo destinados a atividades meio, sem efetividade nenhuma na vida do cidadão, onde o povo não tem acesso ao que lhe é mais básico: a sua subsistência”, argumentou Toledo.