Nordeste enfrenta a pior seca da sua história, afirma Inácio Loiola

por Comunicação/ALE publicado 14/03/2017 19h10, última modificação 14/03/2017 19h14

O deputado Inácio Loiola (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 14, para demonstrar sua preocupação com o que considera a maior seca já registrada na história do Nordeste brasileiro. “As outras secas se prendiam apenas ao polígono da seca na região do semi-árido. Esta atinge toda região Nordeste, desde o norte de Minas Gerais até o sul do Estado do Piauí”, afirmou.

O deputado informou que, visitando a região do Vale do Paraíba, ficou estarrecido com a situação do rio Paraíba, cujo leito está totalmente seco. “Visitei também alguns municípios do Vale do Mundaú e a situação do Rio Mundaú é idêntica. Nunca houve um período de estiagem tão sério como o atual”, declarou o parlamentar.

Segundo Loiola, levantamento feito nos últimos cinco anos apontam que a estiagem já causou prejuízos na ordem de R$ 300 milhões. “Destes, R$ 110 milhões oriundos da agricultura, R$ 100 milhões da pecuária, R$ 50 milhões da indústria e R$ 15 milhões oriundos de serviços do comércio, ou seja, é extremamente preocupante a situação que enfrenta o Nordeste e em particular o Estado de Alagoas”, afirmou.

Ainda em seu pronunciamento, o deputado lamentou que, até o presente momento, nem a Secretaria de Agricultura e nem a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos apresentaram propostas para o enfretamento da questão. “É um problema que atinge o Sertão, o Agreste, a Zona da Mata, o Litoral e a capital”, disse.

Em aparte, o vice-presidente da Casa, deputado Francisco Tenório (PMN), solicitou uma audiência pública, em caráter de urgência, para debater a questão da seca no Estado de Alagoas. “Vejo o sofrimento do povo alagoano devido à falta de água nos rios Paraíba e Mundaú, por isso precisamos discutir, com órgãos do governo estadual e federal, a melhor forma de reduzir os efeitos desta seca, além de ajudar os alagoanos a superar este grave momento”, afirmou.

O deputado Gilvan Barros Filho (PSDB) também demonstrou sua preocupação com o atual momento que vive o Estado de Alagoas em relação a seca. “Regiões que antigamente era uma oásis passam atualmente por um período crítico. Lamento a falta de políticas públicas para o convívio com a seca”, disse. Também em aparte, o deputado Antonio Albuquerque (PTB) disse que a mudança no clima vem se acentuando a cada dia. “A seca é muito grande, na minha região as cacimbas estão quase que todas secas”, lamentou.

A deputada Jó Pereira (PMDB), também em aparte, disse que é importante discutir essa crise hídrica de Alagoas como um todo, junto aos comitês estaduais de bacias hidrogtáficas. “Nós precisamos olhar para os planos estratégicos que os comitês traçaram e cobrar do governo estadual e federal recursos para implementar essas ações”, afirmou.

O deputado Rodrigo Cunha (PSDB) falou da importância do Governo assumir a gestão do Canal do Sertão e buscar resultados efetivos. “Percorri alguns trechos do canal e vi gambiarras em vários trechos, desperdício de água e a falta de uma assistência técnica para as pessoas que moram na região. É preciso tirar bom proveito de uma obra que custou muito caro”, afirmou. Também em aparte, o deputado Ronaldo Medeiros (PMDB) disse que é muito importante políticas públicas de convivência com a seca. “Não adianta o Governo Federal apenas construir cisternas é preciso que tenhamos políticas públicas que levem a água do Canal do Sertão para os sertanejos”, afirmou.