Problemas enfrentados pelo HGE dominam debates no plenário

por Comunicação/ALE publicado 29/08/2017 19h26, última modificação 29/08/2017 19h26

A precarização no sistema de atendimento e as más condições de trabalho impostas aos funcionários do Hospital Geral do Estado (HGE) foram amplamente debatidas pelo plenário da Casa durante a sessão ordinária desta terça-feira, 29. O assunto foi tema dos pronunciamentos dos deputados Rodrigo Cunha (PSDB) e Bruno Toledo (PROS). Cunha foi o primeiro a abordar o assunto, motivado por reportagem veiculada no Fantástico do último domingo, 27, que mostrou as péssimas condições do HGE, como superlotação e a falta de insumos básicos para o atendimento ao público, a exemplo de luvas e medicamentos.

“Alagoas, mais uma vez, ganha o cenário nacional. Acho que é função nossa não jogar uma cortina de fumaça sobre um assunto como esse e sim encarar o problema de frente, como é de nossa atribuição”, disse Cunha. “Venho observando as manifestações públicas do governador Renan Filho e do secretário Christian Teixeira e, infelizmente, se cria uma grande preocupação para justificar um problema referente a compra de uma cortina, quando na realidade a questão ser encarada é a falta de abastecimento do HGE”, lamentou o parlamentar, observando que o momento é de se assumir a responsabilidade e tentar encontrar soluções. “E não querer encontrar apenas os culpados”, disse Cunha, descartando a questão orçamentária como um dos problemas no HGE, isto porque, argumenta o parlamentar, o Governo está para realizar a construção de cinco unidades hospitalares.

Chamando a responsabilidade para o Parlamento, que tem a função constitucional de fiscalizar os recursos públicos do Estado, Rodrigo Cunha informou que solicitou uma audiência pública para tratar de assuntos relacionados a saúde, com o foco principal na questão do abastecimento. A audiência está marcada para o próximo dia 12 de setembro, às 9 horas, no plenário da Casa.

Em aparte, a deputada Jó Pereira (PMDB) destacou a importância do debate em torno da situação do HGE, que na opinião dela tem se tornado a única solução, em termos de atendimento médico, do Estado. Na opinião da deputada, a baixa cobertura das ações básicas de saúde na capital e o número insuficiente de unidades de pronto atendimento refletem na superlotação do HGE. “Não podemos desmerecer todo o investimento que está sendo feito para desafogar o atendimento da rede pública de saúde”, disse Jó Pereira, acrescentando que o momento é de união em busca de solução definitiva para o problema. A deputada informou ainda que nesta quarta-feira, 30, a Comissão de Saúde da Casa irá receber os representantes do Conselho Estadual de Saúde para discutir a questão.

O deputado Bruno Toledo também se pronunciou sobre o assunto. Ele disse que já vinha alertando para os fatos noticiados pela imprensa local e agora nacional. Para ele, a questão da superlotação não é o único problema do HGE. “E o fracionamento das compras? E o desabastecimento? Está faltando luvas no HGE”, disse Toledo. O deputado Edval Gaia (PSDB) ao expor seu posicionamento, em aparte, disse que não está em defesa do Governo em relação a saúde do Estado, tendo em vista que não difere da situação vivenciada nos demais entes do País. “A superlotação do HGE não é apenas culpa do Governo ou de quem faz a gestão do hospital, a desorganização é geral”, observou Gaia, reforçando que o HGE é sufocado por pacientes oriundos do interior do Estado.

O deputado Ricardo Nezinho (PMDB) também se posicionou sobre o tema, observando que essa é uma questão histórica, mas que o Governo tem envidado esforços para melhorar o atendimento da população. Outro que manifestou opinião em aparte, foi o deputado Antonio Albuquerque (PTB). Para ele a questão da saúde pública será sempre um tema a ser tratado com muita responsabilidade e que toda essa discussão enseja uma reflexão.

Já o líder do Governo na Casa, deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), defendeu o Executivo informando que já foram entregues 20 ambulâncias e deverão, nos próximos dias, ser entregues mais 20, que custaram R$ 190 mil cada, com recursos próprios. “O Governo tem realizado uma gestão séria, competente. Amanhã será entregue um novo helicóptero para o Samu de Arapiraca”, informou.