Davi Maia acusa Governo do Estado de produzir "fake news"

por Comunicação/ALE publicado 17/06/2020 13h07, última modificação 17/06/2020 13h07

Recorrente no plenário da Assembleia Legislativa, o tema "fake news" voltou a ser abordado pelo deputado Davi Maia (DEM), que em pronunciamento nesta quarta-feira, 17, acusou o Governo do Estado de produzir e divulgar notícias falsas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). "Quem mais faz fake news nesse Estado é o Governo. Quem mais publica notícias falsas nesse Estado é o Governo", reforçou o parlamentar, destacando matérias publicadas na Agência Alagoas, site oficial do Executivo, para justificar seu posicionamento. "O Governo estampou nas suas páginas, há quatro dias: 'Estado recebe recursos investidos na compra de respiradores'. Senhores deputados, isso é um mentira deslavada", acusa Maia.

Na sequência, o democrata apresenta outro dado que comprovaria suas acusações, um ofício do secretário de Saúde, Alexandre Ayres, dirigido ao Consórcio Nordeste, no qual informa que já foram empenhados R$ 10,513 milhões e feito o pagamento no valor de R$ 5,2 milhões e que houve a devolução de apenas R$ 4,662 milhões dos tais recursos. "Restando, diz o secretário Alexandre Ayres, R$ 593 mil. Que sumiram! Aí ele diz: 'Informamos ainda a existência de um saldo do referido montante de R$ 5,250 milhões", contou Davi Maia. "Ou seja, mandaram R$ 10,500 milhões e receberam R$ 4,600 milhões. Onde é que está a devolução dos recursos?", questiona o deputado."O primeiro pagamento de R$ 4,800 sumiu, ninguém verá mais. Diz a dona da empresa que R$ 12 milhões foram pagos a título de consultoria aos amigos da Bahia. E que os outros R$ 600 foi da diferença cambial do euro", prosseguiu Davi Maia, questionando quem seria o responsável por devolver esses recursos. "Gostaria de saber se o Estado é cúmplice ou vítima desse Consórcio?".

Durante o pronunciamento, Davi Maia apresentou dados do Ministério da Saúde que mostram Alagoas com os piores números no combate à Covid-19. "Se quisermos comparar Alagoas com o Estado do Tocantins, a chance de morrer de Covid-19 em nosso Estado é de 261% maior", exemplificou. "Nós perdemos a luta para Covid-19 por conta do Governo de Alagoas. Não tem um número que nos mostre que a luta em Alagoas foi eficiente", criticou Davi Maia, destacando que, enquanto em outros Estados conseguiriam adquirir respiradores, o Governo alagoano não efetuou a compra de nenhum desses equipamentos.

Em aparte, os deputados Cabo Bebeto (sem partido) e Silvio Camelo (PV) também se posicionaram sobre o tema. O primeiro citou que foi o único parlamentar a se colocar contra a Lei das Fake News, mas que o primeiro atingido pela nova legislação será o Governo de Alagoas. "Nós temos várias reportagens e pronunciamentos do Estado que são fake news", afirmou Bebeto, citando como exemplo o Hospital de Campanha, visitado por ele recentemente, onda na propaganda está informada a existência de quatro respiradores. "Mas quando estive lá me disseram que só teriam três".

Já Silvio Camelo, líder do Governo no Parlamento, rebateu as críticas apresentando dados que mostram que o Estado do Tocantins possui uma densidade demográfica 4,8 habitantes por quilômetro quadrado, sendo muito maior em extensão territorial do que Alagoas. "Para se ter uma ideia, Tocantins tem uma população de 1,600 milhões de habitantes; já Alagoas, 3,120 milhões de pessoas, com uma densidade demográfica de 112 habitantes por km2", argumentou Camelo, acrescentando que uma das características da pandemia do coronavírus é a transmissão de pessoa a pessoa. "A propagação da doença num Estado como Alagoas é muito maior do que em outro com as características do Tocantins", esclareceu a liderança do governador, destacando que o Executivo tem realizado ações concretas no enfrentamento a pandemia e que o Estado de Alagoas vai deixar um legado que outros não deixarão, a exemplo dos hospitais da Mulher e Metropolitano, que foram inaugurados recentemente. "Foram contratados mais de mil profissionais para o combate à Covid-19. E o Estado tem honrado seus compromissos com fornecedores, servidores, Poderes e mantido suas contas em dia", justificou, anunciando outros investimentos, ainda este ano, que irão ajudar na recuperação econômica do Estado após a pandemia.