Deputados relatam problemas observados em visita ao Hospital Geral do Estado

por Comunicação/ALE publicado 28/09/2021 15h10, última modificação 28/09/2021 15h10

Recorrente no plenário da Casa, a situação precária da saúde pública do Estado, sobretudo no que diz respeito ao deficitário atendimento prestado pelo Hospital Geral do Estado (HGE), voltou a ser alvo de discussão durante a sessão ordinária desta terça-feira, 28. O assunto foi abordado inicialmente pelo deputado Cabo Bebeto (PTC), ao relatar a visita feita ao HGE, juntamente com os deputados Davi Maia (DEM) e Dudu Ronalsa (PSDB), na noite do último dia 24. Bebeto contou que foi possível constatar a falta de estrutura: várias pessoas nos corredores, acompanhantes sentados em cadeiras quebradas, banheiros divididos por homens e mulheres, ar condicionados sem funcionamento e e fiação elétrica exposta.

“Aquilo é uma bomba relógio. Eu queria que o Corpo de Bombeiros fiscalizasse o HGE da mesma forma que fiscaliza as empresas privadas no Estado. Certamente seria fechado ou o secretário de Saúde (Alexandre Ayres) e o Governo do Estado seriam notificados para resolver o problema”, assegurou o parlamentar. O deputado prosseguiu dizendo que reconhece o trabalho do Governo com a construção de novos hospitais, mas, segundo ele, são obras subutilizadas. “Infelizmente, são obras que vieram para embelezar a Saúde, na prática não têm servido da forma que deveria ao alagoano”, criticou Bebeto.

Em aparte, o deputado Davi Maia (DEM) prosseguiu com as críticas dizendo que a visita serviu para constatar a situação difícil vivenciada pelas pessoas que buscam socorro no HGE. “Uma situação, no mínimo, de desprezo. Um verdadeiro cenário de guerra”, disse, criticando as propagandas do Governo, onde se afirma ter resolvido o problema da saúde em Alagoas. Na sequência, o deputado Dudu Ronalsa, que também participou da inspeção in loco, se mostrou degradado com as cenas degradantes. “Uma situação que sabemos que acontece há muito tempo. O secretário, depois que construiu os hospitais, não os colocou para funcionar”, cobrou Ronalsa, relatando ainda que haviam muitas pessoas a espera de procedimentos não realizados pelo HGE, a exemplo de uma senhora que aguarda há 20 dias por uma colonoscopia, que não é feita no hospital.

Defesa
Também em apartes, os deputados Francisco Tenório (PMN), Ronaldo Medeiros (MDB) e Silvio Camelo (PV) se posicionaram em defesa do Governo, sob o argumento de que o problema de superlotação e estagnação no atendimento do HGE decorre devido a má prestação dos serviços de atenção básica da Saúde. Tenório disse lhe chamar a atenção o fato de que, mesmo com todos os investimento na área da saúde, não se conteve a demanda do hospital. “O HGE é para atender traumas acidentais, como também o AVC e outras questões de alta complexidade. No entanto, é lotado de problemas pequenos, que muitas vezes poderiam ter atendimento na unidade básica de saúde”, observou. Na mesma linha, o deputado Ronaldo Medeiros disse que Maceió presta um desserviço à população. “A atenção básica do município é muito ruim. E sobra pra quem? Imagine o que não seria, nessa pandemia, se Alagoas não estivesse com essa rede hospitalar construída?”, questionou Medeiros, acrescentando que apesar dos avanços é preciso melhorar o atendimento à saúde dos alagoanos e que o Governo, a partir de novembro, vai retomar os atendimentos para todas as comorbidades, tanto na capital quanto no interior.

Na sequência, o líder do Governo, deputado Silvio Camelo, destacou a importância da discussão em torno da saúde pública, bem como a sua fiscalização. “O que vemos no HGE é o efeito do que não acontece nos municípios. Recentemente uma emissora de TV denunciou a existência de apenas um médico para atender toda a demanda”, criticou o Camelo, acrescentando que isso causa o represamento de exames e um precário atendimento à população, refletindo na superlotação do HGE. Ele prosseguiu dizendo que o Governo continua investindo em novos equipamentos, novos leitos e realizando um mutirão de cirurgias.