Investimento da Prefeitura de Maceió em escola de samba do Rio de Janeiro gera debate em plenário

por Comunicação/ALE publicado 16/05/2023 18h31, última modificação 16/05/2023 18h31

O investimento de R$ 8 milhões feito pela Prefeitura de Maceió no Carnaval do Rio de Janeiro, a serem pagos à escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, a título de divulgação da capital alagoana, foi tema do pronunciamento do deputado Dudu Ronalsa (MDB) durante a sessão ordinária desta terça-feira, 16. O assunto ganhou repercussão principalmente no meio político durante o último final de semana, uma vez que a soma gasta com a divulgação consome cerca de 61% dos recursos da Secretaria Municipal de Turismo, para todo o ano de 2023. O parlamentar disse não ter nada contra a escola de samba, mas achou “muito estranho” o valor pago a ela. “É importante, sim, Maceió ser divulgada fora do Estado, apesar de ser bastante conhecida nacional e internacionalmente, mas aquele valor é um pouco alto. Com R$ 8 milhões o prefeito poderia fazer muitas coisas em Maceió”, observou Ronalsa, citando como exemplos o mercado do Benedito Bentes, que está fechado há sete meses, e a ladeira de Fernão Velho, que necessita da construção de um muro de arrimo para conter desabamentos.

Dudu Ronalsa justificou seu pronunciamento citando o pouco investimento nos eventos culturais de Maceió, como das escolas de samba e quadrilhas juninas, que também são merecedores de ajuda. “O valor estipulado este ano para a Prefeitura gastar com essas instituições é de R$ 300 mil. Há uma publicação no Diário Oficial de Maceió onde uma artista, Raquel dos Teclados, irá receber R$ 100 mil, aqui na capital, e no município de Coité do Noia irá receber R$ 30 mil”, comparou o deputado. Ele seguiu sua fala relatando a queixa de moradores do Pontal da Barra, cujo bairro teria ficado de fora do polo do forró.

O pronunciamento de Ronalsa foi aparteado pela deputada Cibele Moura (MDB) e pelos deputados Cabo Bebeto (PL) e Ronaldo Medeiros (PT). Cibele Moura declarou sua indignação pelo alto preço pago pelos cofres municipais à escola de samba e disse que já havia se manifestado sobre o fato em suas redes sociais. “Quando penso em homenagem, pressuponho que é algo dado de bom grado, mas quando há pagamento, para mim, é patrocínio. Não existe homenagem paga”, enfatiza a deputada, no que foi seguida pelo deputado Ronaldo Medeiros, que também criticou a alta soma de recursos que foram destinados à escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, do Rio de Janeiro. “Que benefício vai trazer para a cidade um patrocínio de R$ 8 milhões? Maceió necessita de outras coisas, na Saúde e Educação. E quanto se paga às escolas de samba aqui de Maceió? Poderia ser dado um incentivo para desenvolver o Carnaval de nossa capital”, questionou o petista, dizendo que patrocínios nesse patamar causam espanto.

Contraponto
O deputado Cabo Bebeto disse que considerou a ideia espetacular, pois vai divulgar muito a capital alagoana, uma vez que o Carnaval é a festa mais popular do País. “Confesso que não sei qual o retorno financeiro que Maceió terá, mas será uma propaganda que, sinceramente, não imaginava. A grande diferença desse investimento é que vai ser de Maceió e não da Prefeitura”, avalia o parlamentar.