Plenário é espaço para debate aberto sobre o bairro do Pinheiro

por Comunicação/ALE publicado 22/02/2019 15h03, última modificação 22/02/2019 15h03

A comissão S.O.S. Pinheiro, representante dos moradores do bairro que vem sofrendo com o aparecimento fissuras nas casas e afundamentos das ruas, esteve presente na sessão especial realizada pela Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira, 22. Foi cobrado das autoridades mais celeridade nas investigações. O morador do bairro e membro da comissão, Roosevelt Omena, pediu maior integração das defesas civis. “Atualmente, existe um conflito entre os órgãos. No meio, estão os moradores, sem suas demandas atendidas suficientemente. Estamos com um cadastramento deficiente e próximos da quadra chuvosa. A preocupação da comissão é muito grande”, afirmou.

A sessão especial foi iniciada com a apresentação do diretor Industrial da Braskem, Álvaro César, explicando como funciona a exploração de salgema nos poços operados pela empresa. Ele disse que no Pinheiro existem sete poços desativados e, atualmente, não há exploração da empresa no bairro. Segundo ele, as atividades da Braskem são fiscalizadas pela Agência Nacional de Mineração e pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Álvaro eximiu a empresa de qualquer responsabilidade pelas rachaduras, buracos e afundamentos registrados em casas e vias públicas do local.

O secretário de Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, ressaltou que o processo é complexo devido à raridade do fenômeno, mas reiterou o apoio do Governo Federal à situação, enaltecendo o trabalho realizado pela Defesa Civil Nacional e pelo Serviço Geológico do Brasil. “Acredito que logo após o carnaval poderemos ter resultados preliminares dos estudos que estão sendo feitos. Ontem chegou um avião da FAB com equipamentos que irão ajudar na elucidação do problema. Temos 50 técnicos de todo o país em nossa cidade, estudando o caso, juntamente com os técnicos locais. Sobre a assistência às famílias, estamos concluindo o cadastramento de moradores e de pessoas que possuem pontos comerciais”,explicou o secretário.

A procuradora da República, Niedja Kaspary, reafirmou a disposição do Ministério Público Federal em minimizar os danos aos cidadãos e lamentou ainda não ter um diagnóstico definitivo sobre o que acontece no bairro. Ela disse que vem fazendo reuniões com representantes do município de Maceió e com a  Braskem. “Temos hoje dois inquéritos instaurados. Um trata de eventual dano ambiental e outro de questões ligadas à cidadania. Estamos ainda fiscalizando o trabalho dos órgãos públicos”, concluiu.

O assessor técnico da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Jorge Briseno, falou das providências que vem sendo adotadas pelo órgão e as operações nas áreas afetadas, afirmando, inclusive, a existência de movimentação do solo no bairro.