Representantes de diversos setores debatem o Dia Internacional da Mulher e o combate à violência

por Comunicação/ALE publicado 13/03/2023 18h57, última modificação 13/03/2023 18h57

Na tarde desta segunda-feira, 13, a Assembleia Legislativa foi palco de uma sessão especial que debateu o Dia Internacional da Mulher e o combate à violência de gênero em Alagoas. Proposta pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT), sua realização foi aprovada com unanimidade pela Casa e aconteceu com o plenário lotado, tendo mulheres representantes de diversos setores do Estado.

"Mais do que um dia, temos todo um mês para trabalhar a conscientização", disse Medeiros, citando o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. "Também precisamos de constantes políticas públicas, incluindo as que combatem a violência contra a mulher, para que todas possam exercer qualquer atividade, onde quer que ela esteja", completou. "Hoje o foco de nosso debate é a mulher e suas necessidades. Para isso, aqui estão mulheres do campo e da cidade, como professoras, agricultoras, advogadas", conclui o deputado, afirmando ser preciso opiniões diferentes para resultar na criação de projetos voltados para esta luta. "Que não acaba nunca", lembrou Medeiros.

Ronaldo Medeiros não só convidou para a mesa as deputas presentes - Fátima Canuto (MDB), Gabi Gonçalves (PP) e Rose Davino (PP) -, como fez questão que uma delas assumisse a presidência. A deputada Fátima Canuto passou a conduzir a sessão após Medeiros se sentar junto do público, sendo substituído por sua esposa, a psicóloga Clarissa Medeiros.

"Em nome das deputadas presentes, gostaríamos de agradecer esse ato", disse Fátima Canuto, sobre Medeiros liberar a composição feminina na mesa. "Gesto raro, que contempla essa frente de honra, com representantes de diversos setores de Alagoas", destacou a deputada, reforçando que a bancada feminina vai enviar um documento para diversos setores informando e reforçando sobre todas as 16 leis sancionadas na Legislatura passada, assim como 21 projetos que estão tramitando e 34 indicações ao Executivo.

Principal palestrante, a advogada Paula Lopes, presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), foi convidada a falar e reforçou que os casos de agressões contra as mulheres acontecem em todas as classes sociais e pioraram nos últimos anos. "O principal culpado disso é o machismo e o patriarcado", afirmou a advogada, que foi acompanhada de sobreviventes de violência doméstica acolhidas por sua ONG.

“Muitas vítimas sofrem a violência patrimonial. Acabam permanecendo no relacionamento porque não podem se sustentar e nem aos seus filhos. Então é preciso que haja mais políticas públicas de acolhimento e encaminhamento para o mercado de trabalho”, disse Paula Lopes, estimulando as mulheres a exporem suas necessidades na Assembleia.

Ela reforçou ainda a necessidade de que se pensem nas mulheres de todos os segmentos que estão sofrendo com casos de violência. Lopes celebrou ainda o fato de não haver apenas parlamentares mulheres, mas também homens. "Venho aqui há 6 anos e pela primeira vez vejo deputados homens em sessão voltada às mulheres", disse a advogada em referência aos parlamentares Doutor Wanderley (MDB), Delegado Leonam (UB), Lelo Maia (UB) e Dudu Ronalsa (MDB).

A bancada feminina também teve atenção especial de Katia Born, lembrando que a atual legislatura, que possui 27 parlamentares, conta no momento com apenas 4 mulheres. "É muito pouco. Queremos que os partidos abram debate das filiações e façam cursos para inclusão de mais mulheres", completou a secretária de Assistência Social, lembrando que o governador Paulo Dantas é exemplo em todo Brasil, por ter em sua composição 14 mulheres secretárias e 13 secretários. "Este é um processo educativo para todo Brasil".

A secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria José, disse ser muito importante ter um companheiro como Madeiros, pois mais homens precisam atuar nesta causa. "É uma honra estar aqui com tantas mulheres", disse a secretária, lamentando que a violência é uma situação secular. "Esta é uma guerra não só das mulheres, mas também dos homens, que precisam ter voz ativa contra esta situação". Emocionada, ela citou ainda a amiga Marcele Bulhões, farmacêutica e yarolixá, funcionária do Hospital da Mulher, que foi morta a pedradas no Village Campestre II, em Maceió, no Dia da Mulher.

Também estiveram presentes à sessão Rilda Maria, presidente da CUT; Marina Souza Rocha, representante da Comissão Especial da Mulher da OAB/AL; Lenilda Lima, representante da Marcha Mundial das Mulheres em Alagoas; e Roseane Vasconcelos, secretária Especial de Gestão da Rede Estadual de Ensino.