Ronaldo Medeiros critica processo de privatização dos Correios

por Comunicação/ALE publicado 04/08/2021 13h35, última modificação 05/08/2021 16h19

O projeto de privatização dos Correios, que deverá ser pautado nesta semana na Câmara dos Deputados, foi o tema do discurso do deputado Ronaldo Medeiros (MDB). O parlamentar fez duras críticas ao Governo Federal e afirmou que a privatização irá trazer grandes prejuízos às pessoas, principalmente aos moradores das pequenas cidades do país. “Os Correios hoje não trabalham apenas com a entrega de correspondência, são um verdadeiro banco de serviços”, lembrou.

Medeiros disse que o presidente Jair Bolsonaro mente quando diz que os serviços ficarão mais baratos e que o atendimento irá melhorar. “O mesmo presidente que falou que iria baratear o custo do botijão de gás e da gasolina, e fez o contrário, não tem nenhuma credibilidade para afirmar estas coisas”, falou. O deputado lembrou que os Correios são uma empresa que dá lucro e que a partir da privatização as agências das cidades menores irão ser fechadas. “Isso já vem acontecendo com as agências do Banco do Brasil, que não foi privatizado, imaginem com os Correios passando para a iniciativa privada”, destacou.

Por fim, Ronaldo Medeiros destacou a importância do trabalho do corpo de funcionários dos Correios, os quais, na sua opinião, deverão ser as primeiras vítimas do processo de privatização. “Estamos destruindo um patrimônio público sem a garantia de melhores serviços. Teremos serviços mais caros e elitizados”, concluiu.

Em aparte, o deputado Cabo Bebeto (PTC) lamentou o discurso do deputado Ronaldo e afirmou que os Correios só estão dando lucro agora. O deputado lembrou que o preço do gás de cozinha sai das refinarias ao preço de R$ 45 e que o imposto federal está zerado. “A privatização dos Correios é uma questão de números. Hoje a empresa não presta um bom serviço à população”, disse.

Rio Largo
Ao comentar o pronunciamento sobre a privatização dos Correios, o presidente da Casa, deputado Marcelo Victor, relatou uma experiência própria sobre o assunto. Ele contou que quando foi candidato a prefeito de Rio Largo, em 2016, recebeu um pedido inusitado durante visita a um bairro da cidade: um CEP. "Um bairro pronto, pavimentado, com energia, com todos os equipamentos públicos que podia ter e os Correios não entregavam uma carta”, declarou o chefe do Legislativo.

“O Brasil não pode mais conviver com esse tipo de coisa. Ou nós modernizamos o nosso Estado para cuidar de quem precisa, dos idosos, das crianças, ou esse negócio de ‘estado incompetente empresário’ não funciona mais”, analisou. O presidente reforçou que ter uma cidade, na grande Maceió, com um bairro gigantesco, onde moram milhares de pessoas que não recebem cartas, faturas de cartão seria “incompetência, inoperância ou má vontade” e está no rol das coisas com as quais a sociedade não pode mais conviver.